Uma boa ilustração para se ter em mente, relacionada a perspectivas para 2017, é a de alguém que esta dirigindo um automóvel. Olhamos para frente sem descuidar dos espelhos, que nos mostram o que ficou para trás.

Segundo dados históricos dos últimos 5 anos divulgados pelo Ministério da Agricultura, a participação do agronegócio na balança comercial se incrementou consistentemente ao redor de 2%. Saindo em 2011 de pouco mais de U$ 250 bilhões para aproximadamente U$ 300 bilhões em 2016.

Este incremento de 2% é extremamente significativo, quando entidades como a FAO afirmam categoricamente que em 2050 necessitaremos um incremento da ordem de 70% na produção de alimentos mundial com base na taxa de crescimento populacional. Se tomarmos 70% e dividirmos pelos 34 anos que temos pela frente, chegamos ao cabalístico 2% novamente.

Portanto, apesar da conjuntura social e econômica, das cada vez mais frequentes, catástrofes climáticas, este crescimento de 2% em nível mundial é requisito irrefutável para alimentar a população no mundo.

Quando se fala em agronegócio Brasil, mais especificamente a produção de proteína animal, é impossível não falar da produção de grãos. Que constituem mais de 55% dos custos relacionados a produção de aves e suínos. Constata-se que, dadas nossas proporções continentais e o alto índice de terras não produtivas, somado a crescente e vertiginosa “tecnificação” do agronegócio, segundo os dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, crescemos, na produção de grãos da safra 2014/2015 em relação a safra anterior, 8,2% e a previsão da Conab, para a safra 2016/2017 é de 15,3%. Praticamente o dobro do crescimento alcançado na safra passada.

Crescimento alavancado, não por políticas agrícolas competentes, mas pela transformação de áreas improdutivas em produtivas e, pelo aumento da produtividade em áreas já produtivas, proporcionado pelo incremento tecnológico que alcança de forma contundente, o setor. Quando falamos em agronegócio, produção de proteína animal, os dados oficiais da ABPA (Associação Brasileira do Produtores de Proteína Animal), que deixa de fora a carne bovina, mas contempla aves, ovos e suínos, percebemos que o volume total produzido de frango, que é o quarto item em importância de nossa pauta de exportação, nos últimos 3 anos, tem sofrido incremento em torno de 3%.

Portanto, apesar de uma certa estagnação do mercado interno, por conta da atual crise econômico financeira, é razoável que se mantenha o crescimento na produção, seja pelo crescimento demográfico interno ou até muito mais pela crescente demanda mundial de alimentos.

Quando falamos da nossa região, região sul, ela responde por 62,83% da produção de nacional de aves e 69,56% da produção suínos. O cooperativismo divide com a iniciativa privada a responsabilidade pelos números tão expressivos da região. Só em Santa Catarina, nos últimos 10 anos as cooperativas atuam em 12 diferentes ramos do agronegócio e registraram R$ 6,4 bilhões em imobilizado, crescimento que ultrapassa 340% entre 2006 e 2015. (Dados da Ocesc).

Mediante este sucinto panorama, é bastante razoável que esperemos para este ano a consolidação destas expectativas, com um crescimento do agronegócio brasileiro como um todo, por volta de 15% em relação 2016.

Nossa empresa, a Agrosys Tecnologia, tem crescido entre 15 e 25% ao ano em volume de negócios, e nossa expectativa para 2017 é nos mantermos nestes parâmetros, até porque, no sofrível 2016, conseguimos crescer nosso volume de negócios, 25% em relação a 2015.

Por Mauro Gamboa
Administrador de Empresas formado pela UNESC
Diretor Comercial Agrosys